Manduca da Praia:
Viveu por volta de 1850 no Rio de Janeiro, época em que os capoeiristas faziam parte das maltas, as duas principais eram os Nagôs e os Guaiamus.
Manduca não estava em nenhuma delas, pois tinha uma banca de peixe e fazia segurança de pessoas ilustres e achava que atrapalharia seus negócios. Durante um desafio de briga de rua sagrou-se campeão. Era temido por policiais e capoeiristas.
Madame Satã:
João Francisco dos Santos Sant´Anna (Glória do Goitá, 25 de fevereiro de 1900 — Rio de Janeiro, 11 de abril de 1976), mais conhecido como Madame Satã, foi um transformista brasileiro, visto como personagem emblemático da vida noturna e marginal carioca na primeira metade do século XX.
Criado numa família de dezessete irmãos, diz-se que João Francisco chegou a ser trocado, quando criança, por uma égua. Jovem, foi para Recife, onde viveu de pequenos serviços prestados. Posteriormente, mudou-se para o Rio, indo morar no bairro da Lapa. Analfabeto, o melhor emprego que conseguiu foi o de carregador de marmitas, embora houvesse o boato de que foi cozinheiro de mão-cheia. Considerado marginalizado, acredita-se que o fato de ter sido negro, pobre e homossexual tenha contribuído.
Dito dotado de uma índole irônica e extrovertida, Santos encantou-se pelo carnaval carioca. Foi assim que, em 1942, ao desfilar no bloco-de-rua Caçador de Veados, surgiu seu apelido. O transformista se apresentou com a fantasia Madame Satã, inspirada em filme homônimo de Cecil B. DeMille.
Era freqüentador assíduo do bairro onde morava (conhecido como reduto carioca da malandragem e boemia na década de 1930), onde muitas vezes trabalhou como segurança de casas noturnas. Cuidava que as meretrizes não fossem vítimas de estupro ou agressão.
Foi preso várias vezes, chegando a ficar confinado ao presídio da Ilha Grande, agora em ruínas. Freqüentemente, Madame Satã enfrentava a polícia, sendo detido por desacato à autoridade. Considerado exímio capoeirista, lutou por diversas vezes contra mais de um policial, geralmente em resposta a insultos que tivessem como alvo mendigos, prostitutas, travestis e negros.
É considerado uma referência na cultura marginal urbana do século XX.
Faleceu logo após a sua última saída da prisão, em abril de 1976 em sua casa, hoje um camping.
No ano de 2002, foi rodado no Brasil um filme sobre sua vida, que leva também o nome de Madame Satã, premiados nacional e internacionalmente. Nesse filme, João Francisco dos Santos foi interpretado pelo ator Lázaro Ramos.
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